sexta-feira, 25 de março de 2016

A temporada das cores se foi mais cedo nesta geração.



um arco íris preto e branco enfeita os céus enquanto tudo ao redor passa sem graça. sorrisos opacos não são suficientes para esconder suas almas sem vida, porque tornaram-se rasos e foram reduzidos a mera aparência. o medo de sofrer lhes impede de viver diariamente, por isso vestem suas máscaras pintadas de perfeição enquanto lamentam não serem bons o suficiente para encaixar-se em tantos padrões idealizados. a raça humana está amedrontada pelas traições, mentiras e ilusões que colecionaram ao longo dos milênios. estão presos num presente faz de conta em que transbordam alegria artificial durante o dia e choram as lamúrias de suas vidas miseráveis à noite. não conseguem estancar o sangramento interno ou controlar os danos; abandonaram-se com a desculpa de que o tempo os cicatrizaria. de acordo com newton, o somatório das forças se reduz a zero; e devido a tentativa de somar tudo, acabaram fadados à exclusiva existência, esquecendo-se de viver. os humanos têm essa estranha necessidade em se perder para só então se encontrarem. contudo, não se pode controlar as coisas que os deixam sem rumo. as pessoas estão paradas assistindo a vida que está sendo deixada para trás, ao invés de apenas aceitarem que acabou; então acabam se perdendo de novo. e tudo isto acaba se tornando um ciclo. não entendem que é preciso permanecer transponível para onde quer que o vento sopre depois.

Autores: Bruno Cavalcante e Kelven Figueiredo
Ilustração: Gabriel Souza

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