terça-feira, 7 de junho de 2016

Perdido.



Não sei o que está se passando nesse fraco e embriagado coração. Não consigo ver mais nada nesses olhos tristes e afundados, marcados pela expressão de uma noite mal dormida. Não consigo organizar minha mente insana; tudo nela tende a se misturar e acaba se transformando em uma confusão que agride meu ser. E eu sou frágil, querido. Eu sou como pluma, leve, e acabo me desintegrando facilmente e o faço em forma de chuva; as vezes garoas, outras tempestades. As vezes acabo perdendo meu senso de razão e fica difícil manter a compostura e fingir que não vejo o que se passa comigo. É como se eu estivesse em uma via e os carros me atropelassem mesmo o semáforo estando com o sinal vermelho onde acabo sendo jogado no canto. E daqui eu vejo o mundo fluir sem mim. Oh, eu estou no canto agora, como sempre, sozinho. Mas então, quando fecho os olhos sou puxado para a pista de dança e agora estou me segurando em você e é tudo o que tenho é tudo o que preciso... Lágrimas rolam pelo meu resto, as luzes se acendem e você é tudo o que vejo. Então te abraço e isso aquece meus ossos. Aquece minha alma. Assim, lentamente, encosto meu coração em teu peito e aos poucos vou me consertando...

Autor: Bruno Cavalcante
Ilustração: Wagner Medeiros